A Foton avança com preços agressivos, aposta em tecnologia internacional e mira 10% do mercado brasileiro em até cinco anos.
Os caminhões chineses no Brasil deixaram de ser promessa distante e já começam a incomodar as líderes de mercado. A Foton, principal marca do setor, está acelerando com modelos leves, elétricos e até planos para uma linha de pesados, mirando diretamente concorrentes como Volkswagen, Mercedes-Benz e Volvo.
Com motores Cummins, câmbios ZF e preço até 30% abaixo dos rivais, a estratégia da Foton é clara: oferecer mais por menos e ocupar um espaço que há décadas é dominado pelas mesmas fabricantes.
Tecnologia, preço e agressividade na estratégia chinesa
Fundada em 1996, a Foton Motor Group é hoje a maior exportadora de veículos comerciais da China. Presente em mais de 130 países, a marca soma parcerias de peso com Cummins (motores), Daimler (Mercedes-Benz) e ZF (transmissões). No Brasil, começou timidamente em 2010, mas assumiu o controle total da operação em 2022.
A virada veio com a linha Almark S, de caminhões leves e médios. Equipados com mecânica internacional e preço competitivo, ganharam espaço entre pequenos empreendedores e empresas de entregas. Em 2023, já era possível ver um número crescente desses veículos nas ruas brasileiras.
Caminhões elétricos e novos segmentos
A Foton também saiu na frente ao lançar no Brasil o iBlue, caminhão 100% elétrico voltado para centros urbanos. Embora ainda com custo elevado e autonomia limitada, o modelo serve como vitrine da aposta em mobilidade limpa.
Outros modelos estão em preparação. O Alman 17T, um semipesado para rivalizar com o VW Constellation e o Mercedes Atego, já está nos planos da filial brasileira. Há ainda rumores sobre o Tonland híbrido (diesel + elétrico) para 2025 — o primeiro do tipo no país — e até um extra-pesado acima de 600 cv para encarar Scania e Volvo.
Aposta em fábrica nacional e rede estruturada
Após a tentativa frustrada de construir uma planta em Guaíba (RS), a Foton não descarta retomar o projeto. Segundo a empresa, se as vendas mantiverem o ritmo, uma nova fábrica poderá abastecer o Brasil e países da América do Sul, como Chile e Argentina, com menores custos logísticos e incentivos via acordos comerciais.
Para ganhar a confiança do transportador brasileiro, a marca está expandindo sua rede de concessionárias e centros de peças. O objetivo é garantir assistência técnica robusta e reduzir o receio com revenda — um dos principais obstáculos para marcas novas no setor.
Você compraria caminhões chineses no Brasil se houvesse pós-venda garantido? A Foton pode mesmo desafiar as gigantes? Deixe sua opinião nos comentários.