Fabricante estatal YTO inicia operação no país com tratores de baixo custo e meta de conquistar 20% do mercado em 10 anos.
O trator barato da China, fabricado pela estatal YTO, já está oficialmente à venda no Brasil. Com preços agressivos e apoio direto do governo chinês, a empresa quer disputar espaço com marcas tradicionais como Massey Ferguson, New Holland e John Deere.
A YTO pretende produzir localmente e promete entregar qualidade com valor acessível. O plano inclui centro de distribuição, rede de concessionárias e uma fábrica com investimento inicial de US$ 150 milhões em Caruaru (PE).
A ascensão da YTO e o plano brasileiro
A YTO (First Tractor Company) foi fundada em 1955, em Luoyang, como parte da estratégia do governo chinês para mecanizar o campo. Em 1995, adotou o nome YTO para impulsionar sua internacionalização. Hoje, exporta tratores para mais de 100 países e tem tecnologia compartilhada com a Fiat, usada em transmissões de modelos da New Holland e Case IH — marcas do grupo CNH.
Em 2023, a YTO chegou ao Brasil com vendas iniciais importadas e participação na Agrishow, em Ribeirão Preto. Para garantir presença nacional, a empresa fechou parceria com a BDG Máquinas, grupo com mais de 30 anos no setor automotivo e presença em seis estados.
Investimento bilionário e metas ousadas
Segundo a executiva Ester Niewu, gerente da marca no Brasil, a YTO quer conquistar 20% do mercado de tratores em 10 anos. Para isso, anunciou a construção de uma fábrica em Caruaru (PE) com investimento previsto de US$ 150 milhões nos dois primeiros anos e até US$ 500 milhões em cinco anos.
O objetivo é produzir 100 tratores por mês e gerar cerca de 3 mil empregos diretos, mirando especialmente pequenos e médios produtores. Por enquanto, os modelos disponíveis vêm da China, com potência entre 24 e 240 cv, e foco em lavouras como mandioca, batata, café e cana.
O trator barato da China pode dar certo?
Hoje, o mercado brasileiro é dominado por gigantes como AGCO (dona da Massey Ferguson e Valtra), CNH (Case e New Holland) e John Deere. Para entrar nesse cenário competitivo, a YTO aposta na combinação de preço acessível, engenharia consolidada e apoio estatal — um modelo já bem-sucedido nos setores de eletrônicos e veículos elétricos.
A semelhança técnica com tratores Fiat/New Holland deve facilitar a adaptação de peças e manutenção. A empresa também estuda criar um centro de distribuição de peças em Ribeirão Preto, otimizando o pós-venda.
Você acredita que o trator barato da China pode transformar o setor agrícola brasileiro? A YTO vai conseguir competir com as marcas tradicionais? Deixe sua opinião nos comentários.